─ Detestei Delhi! – oiço, muitas vezes, quando falo com quem lá passou. – Gostei muito de ir à Índia, mas Delhi é horrível! – continuam – É suja, barulhenta e cheia de gente e de pobreza – acrescentam.
– Pois… Isso é a Índia. – respondo eu.
O “azar” de Delhi é ser o primeiro contacto que a maioria das pessoas tem com a Índia. Acresce que, por ser uma grande cidade, é tudo ainda mais complicado.
A Índia é mágica, é verdade. Contudo, a sua magia depende da forma como a encaramos. Se procuramos beleza e alegria, é certo que vamos encontrar, mas se vamos de pé atrás, com medo do que podemos encontrar, é certo que ela vai gozar connosco e só nos vai mostrar o seu lado vil. Daí ter resolvido escrever este pequeno guia especialmente dedicado aos estreantes na Índia. Afinal de contas, Delhi não é assim tão má. Mais, tem até algum encanto. Porém, como em qualquer grande metrópole há que separar o trigo do joio.
Delhi é a capital da Índia. Bem, na verdade a cidade chama-se New Delhi e foi a capital do British Raj, mas os habitantes chamam New Delhi apenas à zona contruída pelos britânicos em meados do século XX, em oposição a Old Delhi, a capital do império Mogol (ou Mughal – sec. XVI a XVIII). Entretanto, a cidade cresceu bem para além de Old Delhi e New Delhi e é agora o equivalente a um estado indiano (vulgarmente designado por National Capital Territory). Confuso, não é? Para simplificar chamemos-lhe Delhi. Já chega de história. Passemos à acção.
– Pois… Isso é a Índia. – respondo eu.
O “azar” de Delhi é ser o primeiro contacto que a maioria das pessoas tem com a Índia. Acresce que, por ser uma grande cidade, é tudo ainda mais complicado.
A Índia é mágica, é verdade. Contudo, a sua magia depende da forma como a encaramos. Se procuramos beleza e alegria, é certo que vamos encontrar, mas se vamos de pé atrás, com medo do que podemos encontrar, é certo que ela vai gozar connosco e só nos vai mostrar o seu lado vil. Daí ter resolvido escrever este pequeno guia especialmente dedicado aos estreantes na Índia. Afinal de contas, Delhi não é assim tão má. Mais, tem até algum encanto. Porém, como em qualquer grande metrópole há que separar o trigo do joio.
Delhi é a capital da Índia. Bem, na verdade a cidade chama-se New Delhi e foi a capital do British Raj, mas os habitantes chamam New Delhi apenas à zona contruída pelos britânicos em meados do século XX, em oposição a Old Delhi, a capital do império Mogol (ou Mughal – sec. XVI a XVIII). Entretanto, a cidade cresceu bem para além de Old Delhi e New Delhi e é agora o equivalente a um estado indiano (vulgarmente designado por National Capital Territory). Confuso, não é? Para simplificar chamemos-lhe Delhi. Já chega de história. Passemos à acção.
Dia 1
Esforce-se por sair cedo da cama. Pois é, dois em um. Dá para fugir do calor e do trânsito. E já que está por Delhi, o melhor é mesmo aproveitar o tempo. Mas, qual montanhista, faça uma “aclimatização” pois quem nunca foi à Índia não deve saltar logo de cabeça. E não há nada como uma volta de rickshaw por New Delhi para começar devagar. As avenidas são largas, com bons passeios e árvores frondosas. É aqui que estão instaladas as embaixadas, os grandes hotéis e os edifícios governamentais. O trânsito é ordeiro, apesar de intenso. E quase não se ouvem buzinas. Procure um rickshaw driver que fale inglês. Peça-lhe para dar uma volta por New Delhi, para sentir o seu ambiente, e terminar em Indian Gate.
Este arco do triunfo, com inscrições dos nomes dos soldados mortos em várias guerras, representa a Índia moderna, o “grito do Ipiranga”, o fim do poder colonial britânico. E não é pela sua beleza que deve ir a Indian Gate, mas sim pelo que ele significa. E isto vê-se pela grande quantidade de turistas “caseiros” que por lá se passeiam diariamente. Lá ao fundo do Raj Path (a grande avenida que sai de Indian Gate) fica o Palácio Presidencial, ladeado de alguns ministérios e com o Parlamento ao canto. Veja, com olhos de ver, os edifícios em pormenor (apesar de haver barreiras policiais que limitam os movimentos), com o seu estilo neoclássico que consegue misturar, com harmonia, colunas gregas com elefantes e a simetria é típica da arquitectura do período Mogol.
Antes de se pôr a caminho pelo Raj Path, e se a fome apertar, dê um saltinho à Andhra Pradesh Bhavan Canteen (mesmo ao pé de Indian Gate), no palácio da representação deste estado indiano em Delhi. Tem direito a um pequeno-almoço típico do Sul da Índia por menos de um euro.
Dos palácios governamentais, siga para Connaught Place, a famosa rotunda que marca o centro de New Delhi, com ruas concêntricas cheias de lojas de marca. Dê uma voltinha para ver a crescente classe média indiana às compras. E provavelmente ser abordado por simpáticos senhores que, de forma “completamente desinteressada”, o querem encaminhar para uma “delegação” do Turismo Indiano em Delhi (só isto dá outro texto...). Não lhes dê atenção e siga o seu caminho. Continuando numa onda de lojas, apanhe outro rickshaw para Khan Market, ainda mais up scale que Connaught Place (só a loja da Royal Enfield, a mais famosa marca de motos indianas, já vale a viagem).
Para almoçar, e mantendo um registo “trendy”, siga para o Café Lota, o restaurante do Craft Museum (National Crafts Museum & Hastkala Academy). A comida é indiana, mas com um toque de modernidade e com uma apresentação muito cuidada, contudo, sem pôr de lado os sabores locais. Acompanhe a refeição com um excelente Lasi (ver caixa 2).
Já refeito da manhã, e ainda nestas redondezas, dê uma saltada ao Ugrasen Ki Baoli, um grande step well, isto é, uma escadaria que no final tem água para consumo (agora já desactivado). E este é bem fundo, com cerca de 100 degraus. As galerias laterais de cantaria trabalhada são muito interessantes, todavia, tem um intenso cheiro a amoníaco que vem dos “presentes” deixados pelos morcegos que por lá pernoitam.
Aproveite e observe o ambiente bucólico do step well, os grupos de jovens sentados à conversa, a agradável sombra das árvores e até o cantar dos passarinhos. Saia, apanhe um rickshaw e diga ao motorista as palavras mágicas “Old Delhi”. Agarre-se bem, pois vai dar um salto quântico, daqueles em que a nave espacial, ao pular para outro mundo, deixa um rasto de linhas brancas. Sim, Old Delhi é outro mundo. Para mim o melhor de Delhi, onde todos os sentidos são abanados intensamente e que deixa zonzo qualquer “caloiro”.
Comece por ver o exterior do Red Fort, infelizmente estas 48 horas não dão para mais, mas acabará a tarde no seu edifício irmão a Jama Masjid (para mim mais interessante). Siga pela grande Chandni Chowk Road, a avenida que divide o bairro em dois. Repare na quantidade de templos de diferentes religiões que a ladeiam. Só mesmo na Índia! Escolha um ou outro para entrar.
Salte para um rickshaw, prossiga para Jama Masjid (a mesquita principal de Delhi). Peça para ficar na porta principal, mas, antes de entrar na mesquita embrenhe-se no bairro à sua frente.
Vá sem receio. Eu sei, tem os sentidos em pé de guerra. Não lute, deixe levar-se. Não diga não. Não pense. Sim, o cheiro é intenso. É sujo e barulhento. E então? O talhante está sentado na tábua onde corta a carne? É quase atropelado por uma scooter que ziguezagueia entre a multidão? Os vendedores berram os seus pregões? (Sim, na Índia ainda há pregões). Faz parte. Isto sim é Old Delhi! Aceite o que vê como de outro mundo e pronto.
Quando estiver perto do seu limite, chegou o momento de procurar um chai wala (ver caixa 2) e sentar-se calmamente a beber o seu chai. Aproveite, enquanto o chai arrefece, para ver calmamente o que o rodeia. Comece por ver o trabalho do chai wala enquanto prepara o seu chá. Depois, já sentado, calmamente com o chai na mão, leve o seu olhar para a rua e seja espectador deste filme indiano.
Em seguida não receie entrar nas pequenas ruelas, onde, após uma dezena de passos, a calma impera e é fácil olhar para os pormenores das casas ou tentar uma pequena conversa com um habitante de Old Delhi.
Quando achar que já tem a sua dose de ruelas de Old Delhi, regresse para visitar a Mesquita (lembre-se de levar um saco de plástico e uma pequena mochila para guardar os sapatos). Aguarde pelo chamamento da última oração e fique lá até ao pôr-do-sol. Sente-se a absorver os pormenores arquitectónicos (é ou não o edifício irmão do Red Fort?), a ver os bandos de milhafres que voam lá no alto, os pombos que vêm ao milho no chão da mesquita, as famílias que descansam sob a sombra dos arcos, as crianças que, na brincadeira, correm de um lado para o outro. Pois, uma mesquita tem várias facetas e para nós, ocidentais parecem muito estranhos alguns dos comportamentos dos fiéis.
Aproveite o lusco-fusco para apanhar o metro para o Hauz Khas (ou então fazer toda a viagem de rickshaw), um bairro que mistura o antigo do Hauz Khas Complex (antigo palácio e mesquita mogol) com o moderno, das ruas repletas de bares e restaurantes, onde recomendo que fique para jantar ou beber uns copos (se ainda tiver força para isso).
Esforce-se por sair cedo da cama. Pois é, dois em um. Dá para fugir do calor e do trânsito. E já que está por Delhi, o melhor é mesmo aproveitar o tempo. Mas, qual montanhista, faça uma “aclimatização” pois quem nunca foi à Índia não deve saltar logo de cabeça. E não há nada como uma volta de rickshaw por New Delhi para começar devagar. As avenidas são largas, com bons passeios e árvores frondosas. É aqui que estão instaladas as embaixadas, os grandes hotéis e os edifícios governamentais. O trânsito é ordeiro, apesar de intenso. E quase não se ouvem buzinas. Procure um rickshaw driver que fale inglês. Peça-lhe para dar uma volta por New Delhi, para sentir o seu ambiente, e terminar em Indian Gate.
Este arco do triunfo, com inscrições dos nomes dos soldados mortos em várias guerras, representa a Índia moderna, o “grito do Ipiranga”, o fim do poder colonial britânico. E não é pela sua beleza que deve ir a Indian Gate, mas sim pelo que ele significa. E isto vê-se pela grande quantidade de turistas “caseiros” que por lá se passeiam diariamente. Lá ao fundo do Raj Path (a grande avenida que sai de Indian Gate) fica o Palácio Presidencial, ladeado de alguns ministérios e com o Parlamento ao canto. Veja, com olhos de ver, os edifícios em pormenor (apesar de haver barreiras policiais que limitam os movimentos), com o seu estilo neoclássico que consegue misturar, com harmonia, colunas gregas com elefantes e a simetria é típica da arquitectura do período Mogol.
Antes de se pôr a caminho pelo Raj Path, e se a fome apertar, dê um saltinho à Andhra Pradesh Bhavan Canteen (mesmo ao pé de Indian Gate), no palácio da representação deste estado indiano em Delhi. Tem direito a um pequeno-almoço típico do Sul da Índia por menos de um euro.
Dos palácios governamentais, siga para Connaught Place, a famosa rotunda que marca o centro de New Delhi, com ruas concêntricas cheias de lojas de marca. Dê uma voltinha para ver a crescente classe média indiana às compras. E provavelmente ser abordado por simpáticos senhores que, de forma “completamente desinteressada”, o querem encaminhar para uma “delegação” do Turismo Indiano em Delhi (só isto dá outro texto...). Não lhes dê atenção e siga o seu caminho. Continuando numa onda de lojas, apanhe outro rickshaw para Khan Market, ainda mais up scale que Connaught Place (só a loja da Royal Enfield, a mais famosa marca de motos indianas, já vale a viagem).
Para almoçar, e mantendo um registo “trendy”, siga para o Café Lota, o restaurante do Craft Museum (National Crafts Museum & Hastkala Academy). A comida é indiana, mas com um toque de modernidade e com uma apresentação muito cuidada, contudo, sem pôr de lado os sabores locais. Acompanhe a refeição com um excelente Lasi (ver caixa 2).
Já refeito da manhã, e ainda nestas redondezas, dê uma saltada ao Ugrasen Ki Baoli, um grande step well, isto é, uma escadaria que no final tem água para consumo (agora já desactivado). E este é bem fundo, com cerca de 100 degraus. As galerias laterais de cantaria trabalhada são muito interessantes, todavia, tem um intenso cheiro a amoníaco que vem dos “presentes” deixados pelos morcegos que por lá pernoitam.
Aproveite e observe o ambiente bucólico do step well, os grupos de jovens sentados à conversa, a agradável sombra das árvores e até o cantar dos passarinhos. Saia, apanhe um rickshaw e diga ao motorista as palavras mágicas “Old Delhi”. Agarre-se bem, pois vai dar um salto quântico, daqueles em que a nave espacial, ao pular para outro mundo, deixa um rasto de linhas brancas. Sim, Old Delhi é outro mundo. Para mim o melhor de Delhi, onde todos os sentidos são abanados intensamente e que deixa zonzo qualquer “caloiro”.
Comece por ver o exterior do Red Fort, infelizmente estas 48 horas não dão para mais, mas acabará a tarde no seu edifício irmão a Jama Masjid (para mim mais interessante). Siga pela grande Chandni Chowk Road, a avenida que divide o bairro em dois. Repare na quantidade de templos de diferentes religiões que a ladeiam. Só mesmo na Índia! Escolha um ou outro para entrar.
Salte para um rickshaw, prossiga para Jama Masjid (a mesquita principal de Delhi). Peça para ficar na porta principal, mas, antes de entrar na mesquita embrenhe-se no bairro à sua frente.
Vá sem receio. Eu sei, tem os sentidos em pé de guerra. Não lute, deixe levar-se. Não diga não. Não pense. Sim, o cheiro é intenso. É sujo e barulhento. E então? O talhante está sentado na tábua onde corta a carne? É quase atropelado por uma scooter que ziguezagueia entre a multidão? Os vendedores berram os seus pregões? (Sim, na Índia ainda há pregões). Faz parte. Isto sim é Old Delhi! Aceite o que vê como de outro mundo e pronto.
Quando estiver perto do seu limite, chegou o momento de procurar um chai wala (ver caixa 2) e sentar-se calmamente a beber o seu chai. Aproveite, enquanto o chai arrefece, para ver calmamente o que o rodeia. Comece por ver o trabalho do chai wala enquanto prepara o seu chá. Depois, já sentado, calmamente com o chai na mão, leve o seu olhar para a rua e seja espectador deste filme indiano.
Em seguida não receie entrar nas pequenas ruelas, onde, após uma dezena de passos, a calma impera e é fácil olhar para os pormenores das casas ou tentar uma pequena conversa com um habitante de Old Delhi.
Quando achar que já tem a sua dose de ruelas de Old Delhi, regresse para visitar a Mesquita (lembre-se de levar um saco de plástico e uma pequena mochila para guardar os sapatos). Aguarde pelo chamamento da última oração e fique lá até ao pôr-do-sol. Sente-se a absorver os pormenores arquitectónicos (é ou não o edifício irmão do Red Fort?), a ver os bandos de milhafres que voam lá no alto, os pombos que vêm ao milho no chão da mesquita, as famílias que descansam sob a sombra dos arcos, as crianças que, na brincadeira, correm de um lado para o outro. Pois, uma mesquita tem várias facetas e para nós, ocidentais parecem muito estranhos alguns dos comportamentos dos fiéis.
Aproveite o lusco-fusco para apanhar o metro para o Hauz Khas (ou então fazer toda a viagem de rickshaw), um bairro que mistura o antigo do Hauz Khas Complex (antigo palácio e mesquita mogol) com o moderno, das ruas repletas de bares e restaurantes, onde recomendo que fique para jantar ou beber uns copos (se ainda tiver força para isso).
Dia 2
O Islão na Índia parece ser mais “suave” que nos países árabes. Um dos expoentes máximos disso é a adoração de Santos Sufis. Hazrat Nizamuddin Dargah, o mausoléu do Santo Sufi Nizamuddin é um excelente exemplo e a forma ideal de começar, em cheio, o segundo dia em Delhi.
Este pequeno complexo de mausoléus, outras sepulturas e uma pequena mesquita são o centro de um pequeno bairro comercial (como um pequeno souk) de ruelas semi cobertas e repletas de lojecas. Este é um sítio para “gastar” umas horas ou, quem sabe, uma manhã e deixar-se ficar para almoçar num dos seus singulares restaurantes.
De Nizamuddin prossiga para Qutb Minar, para mim, o mais singular monumento de Delhi. Os edifícios deste complexo são de uma arquitectura simples, até mesmo simplória, ainda sem a influência mogol bem visíveis na Jama Masjid (ou no Taj Mahal). Limitam-se a “reciclar” os templos Hindus que lhes serviram de base (e cujos restos são facilmente visíveis em qualquer parede). Porém, Qutb Minar (minar de torre, tal como em minarete) é um monumento de charneira que serviu para demonstrar o poder do conquistador Mogol e do Islão recém-chegados à Índia. É uma torre imponente cuja história se mistura com lendas e que é um dos monumentos a não perder em Delhi.
Daqui apanhe o metro para a maior viagem destes dias, atravessando o rio até ao Swaminarayan Akshardham. Um complexo construído em 2005 que trouxe de volta a grandeza dos templos Hindus a Delhi. Estes edifícios contruídos em calcário rosa e mármore minuciosamente trabalhados são de ficar de queixo caído. O templo é dedicado a Bhagwan Swaminarayan, um Guru nascido no final do século XVIII e que, agora é que a história fica mais complicada, os seus seguidores acreditam ser a última encarnação de Lord Krishna. Mas, para muitos outros Hindus, é “apenas” um homem santo.
Este é um local fantástico para uma aula de introdução ao Hinduísmo, já que aqui estão representados os seus principais deuses.
Acabe o dia naquela que é, para mim, a melhor feirinha de Delhi, Dilli Haat. Aqui estão representados o artesanato e a culinária de muitos dos estados da Índia. Se vai começar a viagem, fique-se pelas iguarias (não quer andar o resto da viagem a carregar compras). Se está a acabar a viagem está no local ideal para aquelas compras de última hora.
É claro que, findos estes dois dias, já percebeu que muito ficou para ver. Poderia fazer muitos outros “48 horas em Delhi” com diferentes sugestões. Este faz o contraste entre a Índia moderna e a Índia mais antiga com uns toques menos turísticos. Mas não se acanhe, altere o programa para colocar algum lugar que queira visitar e que não esteja aqui mencionado.
Sugestão: Faça o download do mapa de New Delhi no Google Maps (opção Mapas Offline) e coloque uma estrela sobre os locais que quer visitar. Assim estará sempre orientado.
O Islão na Índia parece ser mais “suave” que nos países árabes. Um dos expoentes máximos disso é a adoração de Santos Sufis. Hazrat Nizamuddin Dargah, o mausoléu do Santo Sufi Nizamuddin é um excelente exemplo e a forma ideal de começar, em cheio, o segundo dia em Delhi.
Este pequeno complexo de mausoléus, outras sepulturas e uma pequena mesquita são o centro de um pequeno bairro comercial (como um pequeno souk) de ruelas semi cobertas e repletas de lojecas. Este é um sítio para “gastar” umas horas ou, quem sabe, uma manhã e deixar-se ficar para almoçar num dos seus singulares restaurantes.
De Nizamuddin prossiga para Qutb Minar, para mim, o mais singular monumento de Delhi. Os edifícios deste complexo são de uma arquitectura simples, até mesmo simplória, ainda sem a influência mogol bem visíveis na Jama Masjid (ou no Taj Mahal). Limitam-se a “reciclar” os templos Hindus que lhes serviram de base (e cujos restos são facilmente visíveis em qualquer parede). Porém, Qutb Minar (minar de torre, tal como em minarete) é um monumento de charneira que serviu para demonstrar o poder do conquistador Mogol e do Islão recém-chegados à Índia. É uma torre imponente cuja história se mistura com lendas e que é um dos monumentos a não perder em Delhi.
Daqui apanhe o metro para a maior viagem destes dias, atravessando o rio até ao Swaminarayan Akshardham. Um complexo construído em 2005 que trouxe de volta a grandeza dos templos Hindus a Delhi. Estes edifícios contruídos em calcário rosa e mármore minuciosamente trabalhados são de ficar de queixo caído. O templo é dedicado a Bhagwan Swaminarayan, um Guru nascido no final do século XVIII e que, agora é que a história fica mais complicada, os seus seguidores acreditam ser a última encarnação de Lord Krishna. Mas, para muitos outros Hindus, é “apenas” um homem santo.
Este é um local fantástico para uma aula de introdução ao Hinduísmo, já que aqui estão representados os seus principais deuses.
Acabe o dia naquela que é, para mim, a melhor feirinha de Delhi, Dilli Haat. Aqui estão representados o artesanato e a culinária de muitos dos estados da Índia. Se vai começar a viagem, fique-se pelas iguarias (não quer andar o resto da viagem a carregar compras). Se está a acabar a viagem está no local ideal para aquelas compras de última hora.
É claro que, findos estes dois dias, já percebeu que muito ficou para ver. Poderia fazer muitos outros “48 horas em Delhi” com diferentes sugestões. Este faz o contraste entre a Índia moderna e a Índia mais antiga com uns toques menos turísticos. Mas não se acanhe, altere o programa para colocar algum lugar que queira visitar e que não esteja aqui mencionado.
Sugestão: Faça o download do mapa de New Delhi no Google Maps (opção Mapas Offline) e coloque uma estrela sobre os locais que quer visitar. Assim estará sempre orientado.
Caixa 1 - Transporte
Por estranho que pareça é bastante fácil deslocarmo-nos por Delhi (a não ser que fique preso num dos muitos engarrafamentos). Para deslocações grandes opte pelo metro. É barato, rápido, moderno e tem ar condicionado.
Nas pequenas deslocações, o ideal será usar o tuk-tuk (na Índia chamado de rickshaw ou sendo preciosista o auto rickshaw, para distinguir dos que são puxados a pedais). Têm sempre o taxímetro avariado e o preço deve ser regateado para metade do que lhe for pedido. Se tiver wifi (pois comprar um cartão de telemóvel é, ainda, uma aventura) pode optar pelo Uber (esteja ao pé de alguém que fale hindi, pois, normalmente telefonam a confirmar a localização). Os táxis são um pouco mais caros e não têm ar condicionado. Mas o rickshaw é, para mim, a melhor opção.
Por estranho que pareça é bastante fácil deslocarmo-nos por Delhi (a não ser que fique preso num dos muitos engarrafamentos). Para deslocações grandes opte pelo metro. É barato, rápido, moderno e tem ar condicionado.
Nas pequenas deslocações, o ideal será usar o tuk-tuk (na Índia chamado de rickshaw ou sendo preciosista o auto rickshaw, para distinguir dos que são puxados a pedais). Têm sempre o taxímetro avariado e o preço deve ser regateado para metade do que lhe for pedido. Se tiver wifi (pois comprar um cartão de telemóvel é, ainda, uma aventura) pode optar pelo Uber (esteja ao pé de alguém que fale hindi, pois, normalmente telefonam a confirmar a localização). Os táxis são um pouco mais caros e não têm ar condicionado. Mas o rickshaw é, para mim, a melhor opção.
Caixa 2 – Comida de rua
Aproveite, sempre que possível, para ir provando as comidas locais. Aqui ficam umas sugestões de snacks que pode facilmente encontrar na rua.
• Massala Chai (chá com leite e especiarias) - é um must em Old Delhi. Mesmo se não é apreciador de chá. Isto é de outra galáxia. E tem a vantagem de ser seguro, pois é bem fervido. E beba, num local, onde já esteja feito, dentro de uma panela a ferver, com o chai wala (o “homem” do chá) a mexê-lo e, de quando em quando, a deixá-lo cair, bem alto, de um púcaro, de novo, para dentro da panela.
• Banta –– É uma bebida de limão com gás, vendida em bancas na rua. A sua garrafa é muito peculiar, pois é fechada com um berlinde. (beba sem gelo ou outro extra, não fica tão bom, mas não vai querer gelo de uma banca na rua).
• Jalebi – um típico doce indiano. É simplesmente uma massa frita que é, depois, bem caramelizado. Pense numa coisa muito doce e multiplique por dois e fica perto da bomba calórica que é um Jalebi. Vale a pena provar.
• Samosa – ou o que nós apelidamos de chamussa. Obviamente bem picantes, mas depois de comer vai dizer – Ah, então é assim que deveria saber uma chamussa!
• Poori – É um pão que após a fritura fica inchado e oco. Depois é só usar o Poori para ir comendo os vários acompanhamentos.
• bedmi-aloo e nagori-halwa – Estes dois pratos fazem um conjunto agridoce, muito interessante. O primeiro é composto pelo bedmi (parecido com o anterior Poori), mas mais pequeno, e vem acompanhando de um caril de batata (aloo). O nagori-halwa é parte doce e vem noutro pratinho. A ideia é ir alternando entre o caril e o doce com o bedmi a servir de colher.
• Lasi - um iogurte líquido com ou sem sabor a fruta (também um complemento ao Ultra Levur quando o Delhi Belly nos visita). Beba num local de muito movimento para garantir que o Lasi é fresco.
Aproveite, sempre que possível, para ir provando as comidas locais. Aqui ficam umas sugestões de snacks que pode facilmente encontrar na rua.
• Massala Chai (chá com leite e especiarias) - é um must em Old Delhi. Mesmo se não é apreciador de chá. Isto é de outra galáxia. E tem a vantagem de ser seguro, pois é bem fervido. E beba, num local, onde já esteja feito, dentro de uma panela a ferver, com o chai wala (o “homem” do chá) a mexê-lo e, de quando em quando, a deixá-lo cair, bem alto, de um púcaro, de novo, para dentro da panela.
• Banta –– É uma bebida de limão com gás, vendida em bancas na rua. A sua garrafa é muito peculiar, pois é fechada com um berlinde. (beba sem gelo ou outro extra, não fica tão bom, mas não vai querer gelo de uma banca na rua).
• Jalebi – um típico doce indiano. É simplesmente uma massa frita que é, depois, bem caramelizado. Pense numa coisa muito doce e multiplique por dois e fica perto da bomba calórica que é um Jalebi. Vale a pena provar.
• Samosa – ou o que nós apelidamos de chamussa. Obviamente bem picantes, mas depois de comer vai dizer – Ah, então é assim que deveria saber uma chamussa!
• Poori – É um pão que após a fritura fica inchado e oco. Depois é só usar o Poori para ir comendo os vários acompanhamentos.
• bedmi-aloo e nagori-halwa – Estes dois pratos fazem um conjunto agridoce, muito interessante. O primeiro é composto pelo bedmi (parecido com o anterior Poori), mas mais pequeno, e vem acompanhando de um caril de batata (aloo). O nagori-halwa é parte doce e vem noutro pratinho. A ideia é ir alternando entre o caril e o doce com o bedmi a servir de colher.
• Lasi - um iogurte líquido com ou sem sabor a fruta (também um complemento ao Ultra Levur quando o Delhi Belly nos visita). Beba num local de muito movimento para garantir que o Lasi é fresco.