I had the pleasure of writing an article for Fuji X Passion on my experience photographing in Salamanca some years ago. Read it here.
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Tive o prazer de escrever um post para o Fuji X Passion sobre a minha experiência fotográfica em Salamanca. Veja o post aqui. Ou então leia aqui o texto em Português.
Foi há dois anos que resolvi encarar a minha Fuji como uma câmara de trabalho (e não aquela câmara que levava quando não queria acartar com a pesada Canon). Ainda com receio, fui testar a minha X-E1 e a recentemente adquirida X-T1 numa situação desafiadora. Decidi, por isso, passar uns dias a fotografar a Semana Santa em Salamanca. Pessoas em movimento, em ruas estreitas, no meio da noite… Mais difícil não poderia ser para um primeiro teste de campo.
Fotografar a Semana Santa em Salamanca, para quem não sabe ao que vai, é uma enorme surpresa. Que facilmente nos deixa confundido. Se a experiência fosse num país distante, seria apelidada de exótica e estaria numa qualquer lista de eventos a não perder. Mas, sendo “apenas” uma tradição centenária num país europeu, não entra na lista de prioridades de muitos fotógrafos. Felizmente, sendo esta a minha segunda viagem a Salamanca na Páscoa, já sabia o que me esperava e pude preparar-me para o evento. Uma semana inteira de procissões desde antes do nascer do sol até, bem depois, de ele se pôr (no meu caso somente três extenuantes dias). Teria todos os tipos de luz e poderia usar várias lentes. Enfim, as condições ideais para um teste completo.
À primeira vista, as procissões são intimidantes. As caras completamente tapadas, o aspecto solene e medieval, a música fúnebre, tudo é assustador, quase macabro, para quem o vê pela primeira vez. Porém, alguns sinais mostram que, debaixo desta primeira camada, está uma tradição que é, acima de tudo, uma festa de família.
Espanha “encerra” durante a Semana Santa. Os espanhóis saem das grandes cidades e regressam a casa. Vemos o pai com a criança ao colo, o avô que leva o neto pela mão, a mãe que empurra o carrinho do bebé. Todos numa festa que é uma oportunidade de reunião familiar, onde, pelo menos uma vez por ano, todos se reencontram.
Mas voltando às câmaras. É claro que com a X-E1 (uma das primeiras câmaras da série X), tive alguma dificuldade em focar. À noite seria mesmo impossível trabalhar se não usasse lentes fixas, com maior abertura (ou então focagem manual). Por outro lado, depois de fixar o foco, mostrou-se bem mais precisa que uma reflex.
Confesso que, ainda a medo, levei a Canon na mochila e usei-a numa das noites e não a senti mais rápida a forcar, à noite, que a X-T1. Será que alguma destas fotos foram feitas com a Canon?
Então e a X-T1? Fiquei absolutamente rendido. Rapidamente os meus dedos já trabalhavam por si. Ficando a cabeça ocupada apenas com as opções estéticas. Ao contrário de muita gente, sou um fã do visor digital que dá logo uma ideia da exposição e da profundidade de campo da foto. E o electronic shuter (a velocidades antes inimagináveis) foi muito útil para abrir bem a 56mm. Era a câmara que faltava para dar o salto e criar um kit leve e compacto, de altíssima qualidade e que me permitisse viajar confortavelmente.
Então, e porquê, aparecer com estas fotos agora? Quando regressei a casa, editei algumas fotografias. Fiz o habitual pixel peeping. Mas resolvi deixar as fotografias a maturar até encontrar um look comum que as pudesse transformar numa série. No início deste ano, com o distanciamento que apenas o tempo nos dá, voltei a pegar nas fotos e escolher este conjunto.
Conclusões
Não há câmaras perfeitas, quanto mais depressa passarmos a fase de “necessitar” de um novo equipamento, mais depressa começamos a fazer um bom trabalho com aquele que temos na mão. Devo dizer que sou acima de tudo grande fã da qualidade óptica da Fuji. Acho que aquilo que está à frente do sensor é muito mais importante que tudo o resto. E aqui a Fuji dá cartas.
Acredito em viajar sem grande bagagem e em passar o mais despercebido possível. Nisto, a Fuji trouxe-me para novos patamares de leveza. E continuo a fazer um esforço, por viajar com a menor “tralha” possível. Dois corpos e três lentes (vá lá quatro) é o meu objectivo para o kit de grande viagem. Para um fim-de-semana em família chega-me uma câmara com a 23mm f2. E assim o tenho feito, nos últimos dois anos, por mais de dez países.
Acima de tudo, para quem quer fazer fotografia de viagem, mais do que investir no melhor (e mais recente) equipamento do mercado é necessário investir em ir. Por isso, ainda não fiz o upgrade para a X-T2.
Fotografar a Semana Santa em Salamanca, para quem não sabe ao que vai, é uma enorme surpresa. Que facilmente nos deixa confundido. Se a experiência fosse num país distante, seria apelidada de exótica e estaria numa qualquer lista de eventos a não perder. Mas, sendo “apenas” uma tradição centenária num país europeu, não entra na lista de prioridades de muitos fotógrafos. Felizmente, sendo esta a minha segunda viagem a Salamanca na Páscoa, já sabia o que me esperava e pude preparar-me para o evento. Uma semana inteira de procissões desde antes do nascer do sol até, bem depois, de ele se pôr (no meu caso somente três extenuantes dias). Teria todos os tipos de luz e poderia usar várias lentes. Enfim, as condições ideais para um teste completo.
À primeira vista, as procissões são intimidantes. As caras completamente tapadas, o aspecto solene e medieval, a música fúnebre, tudo é assustador, quase macabro, para quem o vê pela primeira vez. Porém, alguns sinais mostram que, debaixo desta primeira camada, está uma tradição que é, acima de tudo, uma festa de família.
Espanha “encerra” durante a Semana Santa. Os espanhóis saem das grandes cidades e regressam a casa. Vemos o pai com a criança ao colo, o avô que leva o neto pela mão, a mãe que empurra o carrinho do bebé. Todos numa festa que é uma oportunidade de reunião familiar, onde, pelo menos uma vez por ano, todos se reencontram.
Mas voltando às câmaras. É claro que com a X-E1 (uma das primeiras câmaras da série X), tive alguma dificuldade em focar. À noite seria mesmo impossível trabalhar se não usasse lentes fixas, com maior abertura (ou então focagem manual). Por outro lado, depois de fixar o foco, mostrou-se bem mais precisa que uma reflex.
Confesso que, ainda a medo, levei a Canon na mochila e usei-a numa das noites e não a senti mais rápida a forcar, à noite, que a X-T1. Será que alguma destas fotos foram feitas com a Canon?
Então e a X-T1? Fiquei absolutamente rendido. Rapidamente os meus dedos já trabalhavam por si. Ficando a cabeça ocupada apenas com as opções estéticas. Ao contrário de muita gente, sou um fã do visor digital que dá logo uma ideia da exposição e da profundidade de campo da foto. E o electronic shuter (a velocidades antes inimagináveis) foi muito útil para abrir bem a 56mm. Era a câmara que faltava para dar o salto e criar um kit leve e compacto, de altíssima qualidade e que me permitisse viajar confortavelmente.
Então, e porquê, aparecer com estas fotos agora? Quando regressei a casa, editei algumas fotografias. Fiz o habitual pixel peeping. Mas resolvi deixar as fotografias a maturar até encontrar um look comum que as pudesse transformar numa série. No início deste ano, com o distanciamento que apenas o tempo nos dá, voltei a pegar nas fotos e escolher este conjunto.
Conclusões
Não há câmaras perfeitas, quanto mais depressa passarmos a fase de “necessitar” de um novo equipamento, mais depressa começamos a fazer um bom trabalho com aquele que temos na mão. Devo dizer que sou acima de tudo grande fã da qualidade óptica da Fuji. Acho que aquilo que está à frente do sensor é muito mais importante que tudo o resto. E aqui a Fuji dá cartas.
Acredito em viajar sem grande bagagem e em passar o mais despercebido possível. Nisto, a Fuji trouxe-me para novos patamares de leveza. E continuo a fazer um esforço, por viajar com a menor “tralha” possível. Dois corpos e três lentes (vá lá quatro) é o meu objectivo para o kit de grande viagem. Para um fim-de-semana em família chega-me uma câmara com a 23mm f2. E assim o tenho feito, nos últimos dois anos, por mais de dez países.
Acima de tudo, para quem quer fazer fotografia de viagem, mais do que investir no melhor (e mais recente) equipamento do mercado é necessário investir em ir. Por isso, ainda não fiz o upgrade para a X-T2.
September 23, 2017